sexta-feira, 11 de março de 2011

trajectória com c

Desvio-me da jarra azul de porcelana fina chinesa, estilhaçada em pedaços contra a parede, roçou o topo da minha asa esquerda deixando pequenas penas soltas pelo cálamo.
-pára com isso! Grito, saindo da trajectória com c, de um prato com motivos campestres em tons pastéis. – isso magoa, pára!
-estou farta, aquela p…que nojo, diz-me, estiveste com ela?
-acalma-te por favor, não sei do que estás a falar…e não consigo prestar total atenção se não parares de me atirar coisas.
-aquela tua coleguinha, a que se faz a ti constantemente…
-outra vez esta conversa, já te disse que nada se passa, tens de parar com as crises de ciúmes…
-não acredito que resistas às investidas dela, diz-me, podes dizer…As lágrimas enchem-lhe os olhos e alcança mais um prato, este por sinal mais pesado, vermelho vivo com pequenas decorações que parecem arroz.
- Já te disse mas volto a dizer que sou cego por ti, que nada mais interessa, és tu e só tu, não sei que mais te possa dizer... deixa o prato viver mais um dia...
Abraço-a de braços e asas, encosto as lágrimas dela junto ao meu peito e sinto que lentamente se acalma. –eu amo-te, mesmo com essa pontaria terrível!

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