quarta-feira, 3 de novembro de 2010

juizo

Deitados lado a lado na cama, olhos nos olhos, a sua face repousa sobre as mãos unidas, enquanto o meu braço combinado em acordo secreto com a mão, suportam a minha cabeça. Afasto um cabelo que teimosamente caiu sobre o seu belo nariz de Cleópatra, prendendo-o atrás da orelha, simétrico aos restantes. O funcionário do ikea aproxima-se e diz. Vão me desculpar mas não podem…estar ai deitados…assim! Assim como? Interrogo, voltando a cabeça no sentido da voz trémula. Assim como se estivessem em casa. Respondeu o rapaz de camiseta amarela, com a voz ainda a tremer mais. Ele tem razão. Diz ela, enquanto me puxa da cama pela mão. O funcionário vira costas, mais a medo do que convencido que desisti de experimentar a cama com dossel, e os mirones dispersam, voltando de novo a sua atenção para as jarras Blomster. Sussurro-lhe ao ouvido. Podíamos tirar a roupa e ir para debaixo dos lençóis! Suspira profundamente. Anda César, vamos procurar o teu juízo!

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