sexta-feira, 11 de março de 2011

trajectória com c

Desvio-me da jarra azul de porcelana fina chinesa, estilhaçada em pedaços contra a parede, roçou o topo da minha asa esquerda deixando pequenas penas soltas pelo cálamo.
-pára com isso! Grito, saindo da trajectória com c, de um prato com motivos campestres em tons pastéis. – isso magoa, pára!
-estou farta, aquela p…que nojo, diz-me, estiveste com ela?
-acalma-te por favor, não sei do que estás a falar…e não consigo prestar total atenção se não parares de me atirar coisas.
-aquela tua coleguinha, a que se faz a ti constantemente…
-outra vez esta conversa, já te disse que nada se passa, tens de parar com as crises de ciúmes…
-não acredito que resistas às investidas dela, diz-me, podes dizer…As lágrimas enchem-lhe os olhos e alcança mais um prato, este por sinal mais pesado, vermelho vivo com pequenas decorações que parecem arroz.
- Já te disse mas volto a dizer que sou cego por ti, que nada mais interessa, és tu e só tu, não sei que mais te possa dizer... deixa o prato viver mais um dia...
Abraço-a de braços e asas, encosto as lágrimas dela junto ao meu peito e sinto que lentamente se acalma. –eu amo-te, mesmo com essa pontaria terrível!

segunda-feira, 7 de março de 2011

a queda

Fileiras de luzes fluorescentes em movimento, funcionam de modo semelhante aos tubos de descarga de gás néon, possuem um par de eléctrodos em cada extremo. O tubo de vidro é coberto com um material à base de fósforo, este, quando excitado com radiação ultravioleta gerada pela ionização dos gases produz luz visível. Internamente são carregadas com gases inertes a baixa pressão. As luzes pararam sobre mim. Alguém me pergunta o nome, a idade, fico sem responder, sei que o tubo de vidro daquela lâmpada está cheio de árgon, mas não sei o meu nome.
À medida que vou tomando consciência do sítio onde estou, as dores surgem, diferenciadas, umas mais intensas, outras muito superficiais. Reparo numa tira presa ao pulso, onde consta o meu nome, a minha idade…e faz todo o sentido. Tenho o pescoço imobilizado, a confusão à minha volta é grande, estou na urgência de um hospital, pessoas apinhadas em camas encostadas pelo corredor. Deslizo para uma sala, a roupa é cortada pelas costuras… o blusão de couro, agora me lembro, devo ter tido um acidente com a mota. Deslizo para outra sala onde me transferem para cima de uma plataforma, as dores vão diminuindo à medida que o conteúdo daquela bolsa de plástico, ali pendurada, vai sendo despejado na corrente sanguínea. Libertam-me do colar cervical e volto ao corredor. Um agente dirige-se a mim e entrega-me os documentos e as chaves de casa. Não consigo lembrar de nenhum número nem de ninguém a quem ligar, já me lembro da minha morada, mas números está complicado, é como um espaço em branco. Ele explica o que aconteceu, a mota foi levada para o parque da esquadra, o outro deu-se como culpado.
Sento-me, a confusão diminuiu um pouco, tenho frio mas não sinto dores. E reparo nela, sentada de perna cruzada, numa saia curta que provoca acidentes. Tem uma cauda que parece verdadeira, pendurada ao fim das costas, e um par de chifres que lhe dão um invulgar aspecto. Deve ser Carnaval…ela repara que estou a olhar fixamente para a ponta da cauda que tem vida própria, a droga que me deram é poderosa, dirige-se a mim e a cauda não fica caída, serpenteia atrás dela…
-donde é que tu caíste?
-de uma mota…respondo, sem desviar os olhos da cauda
-ainda não tens asas…devem levar uns dias a crescer…
-que asas? E pela primeira vez olho na transparência dos seus olhos escuros, realçados pelo negro da pintura.
-as asas que te vão crescer, nas primeiras vértebras torácicas.
-O que foi que andaste a tomar?
-nada anjo, não estou aqui por mim, só venho acompanhar uma amiga, e essa sim, tomou demasiado do que não devia. As asas que te vão crescer, imensas, brancas, penugentas…deves ter feito muita merda para te terem dado umas…
Volto a ser levado para a primeira sala, aquela conversa é tão surreal como tudo o resto. O médico espeta a radiografia da minha cabeça contra um quadrado de luz e comenta a dureza dos temporais, só agora reparo que tenho uma parte da cara raspada. Depois passa à coluna vertebral, distingue-se perfeitamente as cervicais das torácicas…estão intactas, sem cifose ou escoliose, invejável até diz o médico…e explica que vai doer nos próximos dias, receita um anti-inflamatório, o alcatrão que se fundiu à minha pele vai ter de ser raspado aos pouco.
Passo a mão pelo fundo das costas e sinto a pele dorida.

E foi assim que conheci Perséfone (não confundir com Penélope!) há cerca de 4 anos atrás, nas urgências do St. António, numa sexta-feira muito atribulada. Mas só a voltei a ver duas semanas depois.

No dia seguinte, as dores nas costas intensificavam-se, o fundo estava negro do alcatrão e de um enorme hematoma, mas a dor mais incisiva provinha de um pequeno corte, ligeiramente abaixo da linha dos ombros.
Na segunda-feira de manhã fiz um esforço para voltar à vida normal e ao trabalho, ganhei coragem e ergui-me da cama. A caminho da casa de banho, algo estranho como um sussurro atrás de mim, fez-me olhar por cima do ombro e tropeçar de susto.
Isto é um sonho! pensei, tenho de acordar...e fiquei estático em frente ao espelho, na penumbra, com receio de descobrir a existência de um par de asas brancas, imensas, penujentas, reflectidas um pouco acima dos meus ombros.
E foi assim que tive asas.

Duas semanas depois, uma cauda prendeu a minha atenção no meio de uma pista cheia, em dia de noite da mulher (era um sonho que eu tinha escrever em dia de noite...)… Alcanço a extremidade da cauda, a pele macia mas rija, e puxo-a. A primeira reacção é ríspida mas muda num segundo sorriso largo e interminável.
Pela primeira vez sinto as asas estremecerem, assim que ela passa a mão ao de leve sobre elas.
-como cresceram!… tenham calma que não vos faço mal!
-como é que sabias que iam crescer? E como é que ninguém as vê?
-tem calma anjo, vamos para outro sítio mais calmo conversar…
Saímos para o ar frio, livre do fumo, da acumulação de pessoas, do fedor humano.
-quando te vi no hospital estavas a olhar para a cauda e não para as minhas pernas… vi logo que eras diferente! consegues ver a minha cauda porque és um anjo, eu consigo ver as tuas asas porque sou uma diaba, no fundo não somos assim tão diferentes.
-mas eu não tinha asas…como é que sabias que não ia ser como tu? Ou só os anjos conseguem ver os diabos e vice-versa?
-não, também vês os outros anjos…ai lindo, que confusão deve ir nessa tua cabeça, uma das diferenças é que os anjos caem …e tu tinhas ar de quem tinha caído!
-isto é tudo muito irreal…
-já passei por isso…vais ver que te habituas, no fundo é tudo igual…ou quase tudo!
Entramos num táxi em direcção ao centro, fomos tomar um copo sentados na beira do passeio, enquanto assistíamos ao movimento dos cafés e pubs a fecharem as suas portas.
-desculpa insistir nisto, mas continuo sem entender…disseste no hospital que eu devia ter feito muita merda para merecer umas asas! Qual é a lógica?
-esquece tudo o que te impingiram até agora…tens uma segunda oportunidade, se te nasceram asas é porque não a podes desperdiçar como antes fizeste…é assim que funciona. De certa forma elas vão controlar os teus impulsos, aqueles que não conseguias controlar… se não as tivesses, de certeza que não estaríamos aqui ao frio a conversar! suspira...

Naquela noite acompanhei-a até casa, não subi as escadas, nem sequer transpus a porta de acesso ao prédio, estava colado ao passeio, despedimo-nos e ela voltou a afagar as asas, dizendo "até qualquer dia!"
E foi mesmo até qualquer dia, um dia que o destino lá traçou munido de régua e esquadro, com um estilete fino. Deu-lhe imenso trabalho, horas e horas de projecção, à luz de um candeeiro suspenso sobre o estirador…
Mais ou menos um mês depois ia a dormir no 604, não era muito comum adormecer no autocarro logo de manhã, mas as insónias faziam-me vaguear as últimas noites pelos lençóis sem conseguir pregar olho. Uma travagem brusca, e regresso à realidade. O motorista abandona o autocarro, um murmurinho espalha-se, atropelamento…saímos todos, parece que uma rapariga foi atropelada por um carro que seguia à nossa frente, não estou muito longe do trabalho e decido continuar a pé, alguém já está a ligar para o INEM, não sou de ficar a ver o espectáculo e parece que a moça até está bem, já a sentaram na beira do passeio.
Mas é ai que volto a sentir aquele estremecimento, uma agitação nas rémiges das asas faz com que me volte e eis que ela surge mais uma vez na minha vida, a menina da cauda, a bela Perséfone, sentada na beira do passeio!
-Estás bem?
-olha quem ele é…já estive melhor, mas acho que foi só o susto.
-as coisa que tu fazes para chamares a minha atenção. Ela ri, enquanto me ajoelho em frente a ela, estamos ali os dois na amena cavaqueira, o trânsito parado, as pessoas permanecem à nossa volta como espectadores de uma dessas peças românticas!

-Meia-leite e uma nata! Ela pede o mesmo para ela. Parece que o destino teima em nos colocar no mesmo caminho!
-parece que sim…mas será que tu me queres no teu caminho?
-ando sem dormir ultimamente, as coisas que me disseste naquele dia não param de ressoar na minha cabeça!
-pode ser falta de massa cinzenta…o espaço vazio faz dessas coisas!
-ui, uma piada…agora sim começo a ficar preocupado, talvez seja melhor ires ao hospital!
-agora a sério, não fiques a matutar nessas coisas, no início é complicado eu sei, mas com o passar do tempo vais voltar ao normal…ou quase normal! Mas não respondeste à minha pergunta…
-eu quero, mas algo me impede de dar o primeiro passo…
-não te preocupes que eu trato disso.
E beija-me, um beijo terno, demorado, de lábio contra lábio, sem ansiedade,o tempo pára e uma sensação de paz invade-me, um vazio preenchido!
-porquê que tens cauda?
-porque me destinaram um anjo!

sexta-feira, 4 de março de 2011

a arte da esgrima!

-Vieste cedo! Digo-lhe pelo intercomunicador, com a barba meia feita.
-estava com saudades tuas, meu Imperador…!
-sobe!
Deixo a porta aberta enquanto vou tratar do resto da barba, ela sobe e fecha a porta.
-ainda estás de boxers e de barba por fazer?
-é só tomar banho…
-e vestir?... ou vais assim? Abraça-me por trás e reparo que está da minha altura.
-estás mais alta! Viro-me para a ver melhor…fico embasbacado!
-gostas? Perguntou rodando sobre as pontas dos pés…
-adoro!
Cortou o cabelo, deixando comprido à frente e ligeiramente mais curto atrás, num volume em desalinho; uma moldura num rosto que o torna incrivelmente mais belo e uns olhos ainda mais verdes, lábios ainda mais deliciosos…num vestido que ela nunca usa, pernas que nunca mostra nuns saltos que a levam à minha altura.
-onde é que vamos mesmo, Sua Majestade? Puxando-a para mim pela cintura acentuada pelo cinto fino que usa sobre o vestido.
-o Meu Imperador vai tomar banho e vestir-se rapidinho!
Vamos jantar a casa de uns amigos dela, são três casais…querem conhecer-me, vão medir-me, testar-me, provavelmente fazer análises ao sangue e urina, umas quantas radiografias, e sei lá que mais.
Passo a mão da manete das mudanças para a articulação sinovial inferior dela, que é o mesmo que dizer joelho, e deslizo pela perna acima…
-pára César Manuel, que me excitas! Virá na próxima à esquerda.
Ela faz as apresentações, as amigas são daquelas que dão a cara apenas para receber um beijo e deixam-me suspenso no outro…ela repara e sussurra.
– depois compenso-te a falta de beijos!
-só preciso dos teus para ser feliz!
Ofereço a minha ajuda na cozinha, é o sítio onde me sinto melhor numa casa estranha, a cheirar os tachos tal como fez o João, aquele que era Ratão e que acabou cozido e assado no caldeirão! A dona da casa é simpática, gosta de comida italiana como eu; o dono nem por isso, ri alto e faz um esforço para ser o centro das atenções. A conversa prossegue à mesa, onde cada prato se encontra perfeitamente cercado de cada lado por fileiras de talheres e no topo por uma cascata de copos e copinhos. Não sei se a finalidade é assustar ou que eu faça má figura em frente à Soberana do meu coração, mas pelos vistos ninguém lhes disse que sou César, Imperador dos copos e talheres!
Penélope está com ar sério, talvez preocupada, mas o semblante altera-se quando lhe pego a mão e a beijo, e depois lhe sirvo água no copo certo! O jantar decorre sem grandes percalços, depois de uns quantos copos e talheres usados, o ambiente ameniza, o gelo derrete e escorre algures pelo soalho corrido de madeira. Mas falta a pergunta da praxe:
-Então César, ouvi dizer que vende livros?! Claramente provocador, o dono da casa opta pelo florete. Desembainho a espada fina sem gume, de pega francesa e cumprimentamo-nos com a arma num gesto rápido antes de dar início ao duelo! Ele acha que me rebaixa por eu não ter um cargo importante ou um canudo impressionante. Mas a dona da casa, claramente uma aliada, e preocupada que o combate quebre algum bibelô, remata:
-deve ser tão bom estar todo o dia rodeado de livros. Adoro livros! E Penélope aproveita a deixa:
-tens de ver a biblioteca deles…é magnífica!
E vamos ver a biblioteca, de facto, magnífica é o adjectivo apropriado, com estantes em madeira escura, iluminação direccionada, os livros ocupam a parede desde o chão ao tecto. A variedade de temas e autores é extraordinária, passo os dedos por algumas lombadas, edições antigas, encadernações preciosas…
Finalmente a noite chega ao fim, estou cansado das estocadas da lâmina mas mesmo assim não resisto aos apelos da minha rainha que me pede umas massagens, enquanto me enche de beijos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

muro

Cerca de dois metros de muro em blocos de granito, alvenaria de pedra seca, dispensada da argamassa em cal e areia, ou até mesmo barro. As pedras de tamanho variável, deixam espaços, facilitando a subida. Mesmo nos sítios onde pedras menores foram colocadas para calçar as maiores, o acabamento irregular tornava a escalada interessante, não fosse a chuva que caía torrencial! O muro de cerca de dois metros do vizinho esconde pequenas preciosidades, mas é na Magnólia rosa que estou interessado, precisamente aquilo que o muro não esconde e ainda ajuda a alcançar! E corto-lhe um pequeno ramo, pedindo desculpa à árvore…dizendo que é por amor a uma rainha!

Quando a convidei para jantar na quinta-feira anterior, nunca imaginei o desenrolar dos acontecimentos que me levariam nesta noite de S. Valentin, a trepar cerca de dois metros de muro, sim é a terceira vez que o digo, para num acto desesperado cortar um ramo de Magnólia rosa. Fiz com esmero uma lasanha, comprei vinho, compus a mesa com velas e depois do jantar, ela disse que tinha de ir embora, o trabalho por acabar e o cansaço impediam-na de ficar. Não reagi, achei que era uma brincadeira quando voltou logo a seguir, mas afinal voltava porque se esquecera do telemóvel em cima da mesa junto ao sofá…implorei que ficasse, sugeri que a levava a casa mais tarde, queria estar com ela só mais um pouco e ela então disse que não, que aceita-se o não como um homem adulto, que não era uma criança…as palavras dela embateram de frente, não como uma onda, que essas eu sei como me desviar, mas como um muro, idêntico a este de dois metros em granito! E desde quinta-feira não voltamos a falar.

Deambulei pela cidade à chuva quando a noite já se impusera, diluindo o orgulho, amarrando à boca do estômago um pedido de desculpas. A Magnólia de braços rosa sobre o muro oferecia o presente de rainha. Ingénuo, o pé resvala na descida, o granito torna-se joelho e a pele torna-se muro, e o sangue escorre misturando-se com a chuva, empapando o tecido rasgado.

Espero que alguém entre no prédio, encharcado em água e sangue subo o lanço de escadas até à porta dela e quando a porta se abre, peço-lhe desculpa. os olhos enchem-se escuros, sem sinal do verde que os costuma habitar.

Podia ter dito” não chores!”, e ela podia ter pedido desculpas pelas palavras que atirou naquele dia, mas não dissemos nada. Já tinha libertado a única palavra que trazia quente, abrigada da chuva e do vento, e com ela todas as outras deixavam de ter sentido. Ela por seu lado, dissolvera todo e qualquer discurso em lágrimas, que lhe enchiam os olhos como uma represa de águas escuras que, cheia de tudo, transbordara pela face.
As bocas libertas de articular vocábulos, encontraram-se, e as línguas que as habitavam passaram a ocupar, cada uma a seu tempo, a boca oposta à sua! Despojados das roupas, umas molhadas outras secas, o tapete balofo em lã vermelha foi por fim, palco do concúbito. E não voltamos a falar…

quarta-feira, 2 de março de 2011

prática com açaime

a noite caiu sobre um dia indiferente e espero por ela na estação, enxuto, encolhido de frio. E eis que surge, radiante e aparentemente distante, mas atenta às horas e ao metro que se aproxima. Dois passos, ou qualquer coisa como um metro, mas para não voltar a usar a palavra metro exagero a distância e a dois passos dela, volta-se como que sentindo a minha presença, o meu vazio.
- chegaste agora?
- não, já aqui estava à tua espera.
- não te vi...
- estava encolhido e vazio!
- e agora estás mais preenchido?
- nem tu imaginas quanto!
- mas tínhamos combinado alguma coisa?
- não, eu é que resolvi fazer-te uma surpresa!
Entramos no metro, nem completamente cheio, nem demasiadamente vazio. os lugares lado a lado estão preenchidos, ficamos em pé à porta, cabeças juntas, tão juntas que o mais leve solavanco aproxima as nossas bocas.
-então vou ter de mandar uma mensagem ao outro a desmarcar...
- tu vê lá, se preferires estar com ele...?
Uma senhora já com alguma idade, nas proximidades lança olhares de dúvida...
-não, tu cozinhas melhor!
- é só nisso que sou melhor?
- também és melhor no sexo oral...
a senhora com alguma idade procura desesperadamente outra porta e distanciar-se da palavra sexo!
- assustaste a senhora!
- ela não tinha nada que vir para aqui ouvir a nossa conversa...
- mas espera lá, não mudes de assunto...só sou melhor nisso?
- não me estou a queixar...
- e o resto?
- no resto és mediano, só à excepção das massagens, nisso és fraquito!
- nunca tive reclamações...
- estás a ter agora, mas não é motivo para ficares preocupado, só tens de praticar muito e olha eu ando aqui com uma dor... devo ter dado um jeito nas costas! Podes praticar em mim...
- talvez precise de uma aulas particulares com uma tailandesa...
-talvez precises de um açaime e quem sabe, de uma trela...